“Há pessoas que bebem ayahuasca poucas vezes e já se apresentam como xamãs, convidam pessoas e começam a fazer trabalhos com a bebida, mas é preciso estar preparado para manejar essa medicina, isso pode levar mais de 10 anos”, afirma o curandeiro peruano do povo indígena Shipibo-Conibo, Neten Kea, 48.

Foi assim com o curandeiro que hoje já acumula trinta anos dedicados ao uso medicinal da ayahuasca e de outras plantas. Um complexo e antigo conhecimento tradicional transmitido oralmente de geração a geração – mas ameaçado de desaparecer por problemas como invasão de territórios e mineração ilegal, que colocam em risco não apenas a tradição, mas também a própria sobrevivência do povo Shipibo-Conibo.